terça-feira, 28 de maio de 2019

Nossa história é muito rica: ASSISENSE foi o primeiro piloto da Força Aérea Brasileira a combater na 2ª guerra mundial...


Nome de Guerra: Canabarro
Patente/Registro :Tenente-Coronel/N/D
Nascimento: 23/01/1909,São Francisco de Assis (RS) 
Falecimento: 16/06/1987,Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
Função: Oficial de Ligação
Promoções: em 01 Set 44, promovido a Tenente-Coronel

Condecorações: Campanha da Itália, Campanha Atlântico Sul, Presidential Unit Citation (EUA), Cruz de Aviação – Fita B com três estrelas, Cruz Peruana de Aviación, Piloto Honorário da Força Aérea Equatoriana, Piloto Honorário da Força Aérea Boliviana, Gran Mestre de la Orden del Condor de los Andes (Bolívia), Legion of Merit (EUA) e Medalha de Distinção do Governo Brasileiro (oncedida pelo Presidente da República Getúlio Vargas– por ter salvo a vida de Jayme Caetano de Almeida, em 7 de julho de 1940, na iminência de perecer afogado na barra da Tijuca/ Rio de Janeiro - treinava natação de longa distância, por conta própria, para ir à guerra).

Treinamento: Cairo, Norte da África e Itália. Juntou-se ao Grupo de Caça em 06 Out 44 onde, junto com Nelson Wanderley Lavenère, havia preparado a chegada do Grupo a Tarquínia.

Sua história:  

Quando o 1º Grupo de Aviação de Caça chegou na Europa (no vapor francês Colombie), ele, juntamente com o Ten. Cel. Nelson Lavenère Wanderley, já estava na guerra desde 7 Dez 43, pois como oficiais de ligação que eram, tinham ido antes para prepararem a chegada do Grupo, que efetivamente chegou em 6 de outubro de 1944.

Os dois foram para a guerra em 7 de dezembro de 1943, num vôo direto Natal/Dakar, com duração de 11 horas, a bordo de um avião quadrimotor Liberator da força aérea dos Estados Unidos.

Missão: com o apoio da força aérea americana que já estava combatendo na Europa e África, preparar a chegada do 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB, que estava sendo criado, como oficiais de ligação junto aos comandos da Força Aérea Aliada do Mediterrâneo.

Competia a eles observar "in loco" as operações de guerra, relatar às autoridades aeronáuticas no Brasil as condições reinantes no teatro de operações, os processos de combate adotados, a organização das Forças Aéreas empenhadas e dos respectivos serviços. Competia ainda a eles, manter contatos e propor providências para uma melhor preparação do Grupo de Caça Brasileiro e também prever as providências necessárias para diminuir as dificuldades decorrentes do fato de ter uma pequena unidade de aviação brasileira (67 aviões P-47) que iria viver e operar no âmbito da Força Aérea Aliada do Mediterrâneo, composta na sua quase totalidade de norte-americanos e ingleses, com aproximadamente 10.000 aviões. Foram os dois oficiais, Rube Canabarro Lucas e Nelson Lavenère Wanderley, companheiros inseparáveis durante toda a guerra nessas missões.

Nesse meio tempo os dois cursaram o Figter Controller Training School no Cairo (Egito), treinavam pilotagem num P-47 dos que seriam postos à disposição do Grupo e também participaram no teatro de operações em missões de guerra a bordo de bombardeiros americanos em vôos nos aviões bimotores B-25, B-26 e B-17, como observadores e como voluntários, enquanto aguardavam o 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB que estava se preparando no Panamá e nos Estados Unidos.

Os dois oficiais de ligação foram chamados de Alger, onde estavam baseados, para retornar urgente ao Brasil, a fim de se incorporar na comitiva do Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho que, em 15 Jul 44, iniciou uma volta por países da América visitando instalações militares e, para no final, levar o apoio e estabelecer contato com o Grupo de Aviação de Caça que estava em treinamento no Panamá.
Novo contato com o Grupo, que já estava em Suffolk Field, foi efetuado em 24 Jul 44 pelos dois oficiais de ligação (Wanderley e Canabarro) e, após retornaram ao teatro de operações na Europa, atravessando novamente o Atlântico em 20 Ago 44, desta vez a bordo de um quadrimotor DC-4, fazendo New York – Casablanca, com escalas na Terra do Fogo e Açores.

O 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB, comandado pelo Ten.-Cel. Nero Moura chegou em 6 de outubro de 1944 no porto de Livorno a bordo do navio (vapor) francês Colombie, que se incorporou a um dos comboios que atravessavam o Atlântico, com destino ao Mediterrâneo. Ao desembarcar em Livorno, foram recebidos pelo oficial de ligação Ten.-Cel. Nelson Lavenère Wanderley e dali foram de trem para Tarquínia, onde outro oficial de ligação Major Rube Canabarro Lucas os aguardava.

Ao desembarcar em Tarquínia com o 1º Grupo de Aviação de Caça, o comandante Ten.-Cel. Nero Moura deu a notícia ao Major Rube Canabarro Lucas de que este tinha sido promovido à Tenente-Coronel Aviador no mês anterior, isto é, no dia 1º de setembro de 1944 e que portanto já não era mais Major.

Como não foi possível conseguir as novas insígnias, ele continuou por longo período na guerra com insígnias de Major Aviador, exercendo suas atividades de oficial de ligação junto ao Grupo e ao Comando da Força Aérea Aliada no Mediterrâneo, por isso em toda a literatura (vários livros editados) referente à participação do 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB, SENTA A PUA e da Força Expedicionária Brasileira na guerra, ele consta como Major Aviador, pois tinha nos ombros insígnias de Major. Na realidade já era Tenente-Coronel e recebia soldo como tal. Recebeu novas ordens e em 4 Dez 44 retornou da Itália indo para Tampa (EUA), para realizar instrução de pilotagem nos B-25 (bombardeiro médio bimotor). Após o treinamento retornaria para o combate, diretamente no front italiano, com o esquadrão de bombardeio sob seu comando. Entretanto, quando o Grupo de bombardeiros B-25 estava no final do preparo, a guerra terminou na Europa com a rendição incondicional da Alemanha, em 8 de maio de 1945.

Após a guerra foi comandar a Base Aérea de Natal (31 Ago 45 a 12 Mar 47). Diplomou-se na ECEMAR em 26 Dez 1950. Comandou a Base Aérea de Gravataí, atual Canoas, entre 1951 e 1954. Passou para a reserva da FAB em 1955 no posto de Major-Brigadeiro.

Obs.: seu irmão, Coronel do Exército Nemo Canabarro Lucas (já falecido)- Como Tenente do Exército Brasileiro era revolucionário histórico, tendo participado de todas as lutas do período Tenentista, incluindo a Revolução Constitucionalista de São Paulo em 1932. Foi preso e banido do Exército Brasileiro. Foi combater como voluntário na guerra do Chaco / Paraguai e foi promovido à Capitão do Exército Paraguaio após comandar uma reação heroica do seu batalhão que já estava em retirada. Foi condecorado como herói nacional do Paraguai pelo governo. Depois foi para Espanha, combater como voluntário na Brigada Republicana Internacional, na Guerra Civil Espanhola em 1937, contra o Governo do Generalíssimo Franco. Foi promovido à Major por seus feitos pela Brigada Republicana Internacional. Mais tarde retornou ao Brasil, foi anistiado e reconduzido ao posto de Coronel do Exército, tendo exercito funções no gabinete do Ministro da Guerra Marechal Henrique Teixeira Lott, antes de ir para a reserva .

Rube Canabarro Lucas casou-se em 1936 com a Sra. Amélia Vieira Canabarro Lucas, em pleno vôo, a bordo de um Bellanca monomotor de asa alta, apenas o casal e o Juiz de Paz. Consta que o Juiz, com muito medo e nervoso, na hora em que Rube assinava o livro e vendo a noiva assumir os comandos disse: “Mas Capitão, o senhor não acha que Dona Amelinha está muito nervosa para pilotar esse avião?”. 

Fonte dos dados pessoais: http://www.sentandoapua.com.br

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