Duas poderosas massas de ar polar vão chegar ao Brasil nos próximos dez dias, trazendo uma prolongada e intensa onda de frio no Sul do país que vai trazer marcas congelantes, geada generalizada e possibilidade de precipitação invernal, alerta a MetSul Meteorologia. O frio agravará o drama dos milhares de flagelados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, muitos hoje em abrigos.
A primeira e intensa massa de ar frio de origem polar avança neste momento pelo Sul da Argentina e alcança o Centro do país vizinho e o Uruguai da tarde para a noite deste domingo. O ar polar vai ingressar no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira com vento moderado a forte, trazendo acentuada queda de temperatura e muito baixa sensação térmica, em especial no final do dia.
Até o final da segunda-feira, o ar polar toma conta dos três estados da Região Sul e ainda alcança o Mato Grosso do Sul, parte do Mato Grosso e áreas do Oeste e do Sul do estado de São Paulo. Na terça, o centro da massa de ar polar estará sobre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná, com o ar frio influenciando ainda Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, parte de Goiás, Rio de Janeiro e ainda o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas Gerais.
Entre quarta e quinta-feira, o ar mais gelado vai se afastar para o oceano, mas o começo da quarta-feira será de temperaturas muito baixas e em alguns locais excepcionalmente baixas antes de um maior aquecimento esperado durante a tarde.
FRIO SERÁ EXTREMO EM ALGUMAS CIDADES
Modelos numéricos de previsão do tempo indicam que o ar estará atipicamente gelado em níveis baixos e médios da atmosfera entre segunda e terça-feira sobre o Sul do Brasil, o que combinado com ar seco e vento mais fraco fará com que as madrugadas de terça e quarta sejam as mais frias da semana na região.
Nesta segunda-feira, uma vez que a massa de ar frio estará recém ingressando, a grande maioria das localidades deve ter as mínimas no final do dia, quando marcas abaixo de zero devem ocorrer nas áreas de maior altitude. Combinado com o vento forte, devem ser esperados valores de sensação térmica de até -5ºC a -10ºC nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e no Planalto Sul Catarinense.
Na terça e na quarta-feira, mínimas abaixo de 5ºC serão generalizadas na Região Sul e um grande número de municípios, na casa de centenas, deve ter mínimas perto e abaixo de zero grau. A madrugada de quarta, principalmente, pelo ar seco e o vento calmo, deve ter as menores mínimas na Região Sul.
Conforme os dados analisados pela MetSul, a temperatura pode despencar a valores excepcionalmente baixos no Planalto Sul Catarinense e nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, nas áreas das cidades São José dos Ausentes, Bom Jesus, Cambará do Sul, Vacaria, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema e Urubici.No Planalto Sul Catarinense, estações meteorológicas situadas em baixadas (onde esfria mais em noites de escassa nebulosidade e ar seco com vento calmo ou fraco) podem registrar marcas tão baixas quanto -5ºC a -8ºC entre terça e quarta. Nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, mínimas em geral de -2ºC a -4ºC, mas na área de São José dos Ausentes pode fazer entre -5ºC e -6ºC.
Mínimas muito baixas no Rio Grande do Sul, de -3ºC a -5ºC, podem ocorrer ainda na área de Soledade, no Norte do estado, e em cidades como Pinheiro Machado e Pedras Altas, na Serra do Sudeste, no Sul gaúcho.
GEADA SERÁ AMPLA
A massa de ar frio trará geada ampla, especialmente entre terça e quarta-feira. Quando do ingresso do ar frio entre esta segunda e terça, pela força do vento e a temperatura muito baixa, existe o risco de geada negra em localidades de maior altitude.
No começo da terça-feira, há expectativa de geada nos três estados da Região Sul e em parte do Mato Grosso do Sul com possível congelamento em municípios mais altos das regiões serranas.
Na quarta-feira, o dia de geada mais generalizada. Deve gear em quase todas as cidades dos três estados do Sul do Brasil, na maior parte do interior de São Paulo e em alguns bairros da capital paulista, no Sul do Mato Grosso do Sul e no Sul de Minas Gerais.
Na quinta-feira, com aumento de nebulosidade e o retorno da chuva ao Sul do Brasil, as condições deixam de ser favoráveis à ocorrência de geada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná.
PODE TER NEVE NA ONDA DE FRIO?
Embora mais intensa a massa de ar frio, as condições para a neve são muito menos propícias que na onda de frio do fim de maio. Isso porque no dia 29 de maio havia um ciclone rente à costa do Sul do Brasil, propiciando maior umidade e forte instabilidade, a ponto de terem ocorridos raios com temperatura abaixo de 10ºC.
Agora, o ciclone associado à advecção fria da onda de frio vai estar na costa da província de Buenos Aires, ou mais de mil quilômetros ao Sul que o ciclone do fim de maio. Por isso, modelos estão indicando chance de neve para vários pontos da província de Buenos Aires e no Uruguai, o que não é uma situação convencional para a região, onde não costuma nevar pelas altitudes predominantemente baixas e próximas do nível do mar.
Alguns poucos modelos apontam chance de ocorrência de precipitação invernal, neve ou chuva congelada ou graupel, para pontos do Sul do Rio Grande do Sul, Campos de Cima da Serra, Norte gaúcho, Planalto Sul e Meio-Oeste Catarinense e o Planalto de Palmas no Paraná entre o final da segunda e o começo da terça, mas não se pode afastar precipitação invernal em outros pontos por nuvens Cumulus isoladas.SEGUNDA PODEROSA MASSA DE AR POLAR FARÁ DA ONDA DE FRIO LONGA
Modelos numéricos indicam uma poderosa massa de ar polar de trajetória continental para o fim de junho e o começo de julho com seu centro no Norte da Argentina com uma alta pressão de quase 1040 hPa que irá prolongar a onda de frio até o começo de julho.
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